domingo, 31 de janeiro de 2010

Altarion

Está aí o capítulo quatro de Altarion. Boa leitura!

Capítulo 4 – Aldebaran aterrorizada

Era notável que algo estava errado. Casas, bares, tudo a portas trancadas, e as ruas vazias, abandonadas.

De longe, podia ver que a saída da cidade, a estrada que levava a Grinis, estava vigiada por um batalhão. A estrada para Azura, também. Me aproximei da cidade nadando pelo Rimmerwein, até chegar a um bosque fechado com uma casa. Ao sair da água vi um homem, pescando, uns 200 metros a frente. Contornei a casa, e quando se preparava para entrar na cidade meu sangue gelou.

 - Quietinho aí coisa – O homem de trinta anos que antes parecia tranqüilo no rio agora me apontava um rifle pelas costas – Devagar, vire-se com as mãos para o alto. – a voz de quem me rendeu era baixa.
Ao me virar, o homem soltou um “Minha nossa!” e deu um passo para trás. As mãos tremiam. – O que... o que é você!?
 - Eu sou Nor. Vim de Balthor, estou indo para a capital, e precisava passar aqui para pegar algumas coisas, mas pelo visto há algo de errado aqui. Por isso vim pelo rio.
 - Não... não é isso... suas.. suas mãos... e pescoço.. -  O homem assustado apontava para mim com o rifle e então eu vi – Entre meus dedos das mãos finas membranas. O homem ficou nervoso e deu um passo para a frente.
 - Ei, ei! Eu não sei o que está acontecendo comigo, ta legal!? Há uma hora atrás eu era um homem normal e agora tô assim, dá pra baixar essa arma!? – Não nego, estava tão confuso quanto ele. Mas isso funcionou, ele baixou a arma.
- Meu nome é Jeremy. Venha por aqui, se nos verem juntos pode sobrar para mim.

Jeremy me puxou pelo braço até a casa, uma casa simples, urbana, mas com ar de casa de campo, tapetes felpudos, uma mesa de madeira e uma caneca de chá quente e esfumaçante. Sentamos-nos à mesa e conversamos. Expliquei quem eu era, e o que estava acontecendo. Fiquei assustado ao ver no espelho que tinha guelras róseas no pescoço, e que elas se fechavam, até ficarem imperceptíveis. As membranas também se contraíram e ficaram invisíveis. Descobri que ele já havia sido um soldado, e aquele rifle era uma lembrança da época. Sua mulher e filhos dormiam em outro quarto.

 - Escute. Suas coisas devem estar na delegacia, confiscadas, e lá é hiper vigiado. Não tem como. EXCETO.
 - Exceto o que?
 - Você sabe da confusão que está na cidade, do assassino louco que está rondando por aí. Se for exato, você pode entrar lá quando a polícia for atrás dele. Provavelmente o lugar vai ficar as moscas. Mas terá que ser exato, e ligeiro. Tem alguma arma? – Mostrei a ele minha pistola, e ele julgou ser muito pouco. – Use isso, mas é pra devolver! – Jeremy me emprestou seu rifle, um Strigger v1 comum, usado atualmente apenas para caça. Me deu um pouco de munição e um mapa da cidade. – “Vá à noite, esconda-se nos fundos da delegacia, e quando ver movimentação, entre e pegue!” Foi o que fiz. Três da manhã estava eu, em um beco sujo úmido e escuro nos fundos da delegacia. Com os trapos que Jeremy me emprestou parecia um mendigo. A arma escondida. E movimentação. Exatamente como havíamos imaginado. Entrei, e vi minha bolsa em cima de um armário. Estava tudo ali, menos meu rifle.
Vasculhei outros armários e encontrei uma metralhadora. Interessante, mas pesada. Uma pistola e granadas. Também não.. Um rifle.. Não era o meu, mas ele também era modificado, com uma luneta extragrande, para atiradores. E com um silenciador. Ótimo! Era o que queria. Ao por um pé para a delegacia ouvi um estouro que me jogou para trás e fez minha cabeça rodar. Uma carroça que estava na minha frente explodiu em pedaços flamejantes.
Com os olhos lacrimejantes e arregalados, não havia outra possibilidade; era Hawthorne. Estava atacando a delegacia. E naquele momento me tornei um alvo. Joguei o rifle nas minhas costas e peguei a metralhadora, quando a frente da delegacia explodiu. Comecei a metralhar a entrada, e outras explosões cada vez mais perto aconteceram. Subi ao segundo andar, e ao abrir a porta com uma placa escrita “Capitão” me deparei com aquele homem enorme com uma pistola na mão e um jornal na outra, escrito em letras garrafais “Terror em Aldebaran. Polícia sem pistas”. Cabeça pendendo na mesa. Suicídio. Meu rifle estava na parede, como um troféu. Peguei-o e desci para enfrentar Hawthorne. Ele estava na entrada.

O mundo de Altarion – Tritões
Os tritões vivem a oeste da ilha de Lameryn, e possuem como capital a cidade submarina de Yxydon. São pacíficos, mas enganadores. Excelentes comerciantes, são exímios construtores de navios, sendo os principais fornecedores de navios para os humanos. Possuem pele com escamas, nadadeiras e rabo. Possuem guelras no pescoço e membranas nos dedos e são os melhores nadadors do mundo.

Próximo capítulo: Combate armado!

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