quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Altarion

Devido a muuuitos problemas e falta de tempo, a vocês, Capítulo 06! Domingo o capítulo 07, normalmente.


Capítulo 6 – Pássaros podem voar

 
Simplesmente não sei o que aconteceu. Uma hora estava prestes a morrer. Na outra, me sentia protegido.


Só restaram destroços e madeira partida. Encolhido, senti quilos e quilos de entulho em cima de mim. Mexi meus braços para sair, o que foi muito difícil. Ao conseguir sair, já era noite, e com a luz da lua olhei para minhas mãos com um misto de terror e espanto.

Cobertas por placas, como escamas de peixe, minhas mãos e meu corpo estavam sem um arranhão. Doloridos sim, mas protegidos. Cutuquei as placas com meu dedo, elas pareciam ser de osso. Meus ossos. Eram sólidas placas brancas feitas de meus ossos, presas a minha pele, bem fixas, que não afetavam minha mobilidade, como uma armadura medieval de qualidade.

Lembrei-me do que estava fazendo. Olhei para os lados, e vi apenas destroços. Onde estava Hawthorne? Fui para a saída, e encontrei minha arma, intacta, só suja. Perto dela, um rastro de gotas de sangue, que se encaminhavam para um emaranhado de ruas que formavam a zona leste da cidade. Há alguns metros um batalhão inteiro vindo em minha direção.

 - Mas o q...!? Atirem!

Saí em disparada para dentro do que havia restado da delegacia, pequenos impactos atingiam minhas costas, talvez fossem as balas. Subi as escadas (que balançavam muito) e cheguei a um longo corredor. A minha direita a porta da sala do comandante aberta, nas seguintes, escritórios e arquivos. Corri e subi um terceiro lance de escadas. Podia ouvir que os soldados já estavam subindo para o primeiro andar. Não havia rota de fuga, estava apenas correndo. Vi uma janela quebrada, mas era alto para pular. Ainda sim me arrisquei, e pulei janela abaixo. Encolhi-me enquanto caía. Parecia uma grande pedra indo abaixo. Levantei-me o corpo coberto de dor, continuei a correr. As grossas placas ósseas começavam a se desprender, e o corpo pesava. Corri por duas, três ruas, me escondendo nas sombras, sons de cães vindo na minha direção, as pessoas olhavam pelas janelas, aterrorizadas com a barulheira na cidade. Depois de muito esforço cheguei a uma rua do rio. Da minha direita vinham soldados armados. Virei –me para a esquerda e de lá também vinham, 5, 6 soldados empunhando rifles. Só o rio a minha frente. Não havia escolha, teria que fugir por ele. Comecei a correr novamente na direção do rio quando as duas últimas placas nas minhas costas se soltaram. E aí sim fiquei assustado. Ao se soltar, revelaram duas asas encolhidas e pequenas, que se mexiam interruptamente, sem controle. Quando pulei para a direção da água eu alcei vôo e fui reto, na direção do bosque. Do alto podia ver a delegacia em chamas, as ruas, a cabana de Jeremy.

“Um dia irei te devolver a arma Jeremy”.

 Minha cabeça começou a rodar, visão fraca.. lembro-me apenas de estar chegando perto das minas e tentar pousar, como os pássaros faziam. Depois disso, a escuridão tomou conta.




Conheça o mundo de Altarion: Nor Alberstrife


Nor foi um soldado da elite de Balthor, os Dragões de fogo. Ostentando 1,75 de altura, corpo forte mas não tão musculoso, Nor era um soldado respeitado, com diversos títulos de bravura. Mas após a morte de sua mulher e de sua mãe em um conflito, Nor abandonou o exército. Deixou o cabelo aloirado crescer e um ano após, mudanças bruscas em seu corpo começaram a acontecer. Músculos continuaram fortes, mas suavizaram os contornos. A agilidade aumentou, as orelhas alongaram, e a visão se tornou aguçada. Estava se tornando um elfo, e para evitar mais conflitos a toa com todos, resolveu sair da cidade, indo em direção de Altarion para buscar uma possível cura para o que considerava uma "doença". Mas o tempo foi passando, e novas mudanças surgiam.

Próximo capítulo: As vozes da caverna

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