quarta-feira, 24 de março de 2010

Altarion

Capitulo novo!



Capítulo 16 – Oceano


O navio afundava, e me levava junto. Meu corpo estava mole, sem qualquer reação. Em poucos minutos estaria na água, e não estava em condições para nadar.


O navio afundou depressa, e meu corpo começou a boiar na água. Ainda estava atordoado quando uma onda me arrastou para dentro da água. Meu pescoço e minhas mãos formigaram e aos poucos me transformei em tritão. Mas meu corpo pulsava de dor, cada vez que me transformava eu sentia mais dor! Minha visão começou a ficar preta, os sons mais abafados..


Quando me dei conta, estava em um lugar com águas cristalinas e areia branca. Podia ver os peixes nadando n’água sem maior esforço. Coloquei minha cabeça na superfície, e para minha surpresa havia uma pequena ilha, com areias brancas e uma floresta densa ao fundo. Meu corpo doía, mas tinha força suficiente para nadar até a praia.


Ao chegar à praia, estirei meu corpo ao sol, e me transformei novamente em elfo. Que pena que não pude ficar mais na forma de humano. Quando me transformei em humano pude sentir as diferenças; a visão e audição menos aguçadas que as de um elfo. Menor facilidade para nadar, mais difícil que um tritão; mas o corpo era mais leve se comparado as vezes que tive escamas ósseas em meu corpo.


Levantei-me com certa dificuldade. Cambaleante, andei em direção a floresta, procurando algum rastro de civilização. Em algumas árvores havia algumas frutas redondas de casca vermelhas, e fraco como eu estava comi algumas. Não pareciam ser venenosas ou coisa do tipo. Continuei andando e vi um pequeno riacho que desaguava no oceano; a água era límpida e fresca, matei minha sede ali. Estava anoitecendo rapidamente, comecei a andar com pressa pela floresta em busca de algum lugar em que pudesse passar a noite. Encontrei uma pequena entrada de uma caverna. Procurei por folhas longas, colhi o máximo que pude e fiz uma espécie de “ninho” para me abrigar. Com a noite profunda a chuva veio. Passei muito frio, quem dera tivesse asas com plumas o bastante para me aquecer... Algumas transformações eu começava a não achar ruim. Mas ainda não gostava de ser um elfo. Dava certo.. nojo. Peguei no sono, mas dormi pouco.


Ao raiar do sol, levantei-me com pressa e continuei reto, me embrenhando na mata. Não demorou muito para alcançar o outro lado da ilha, mas ao chegar na praia, vi que a cerca de uns 500 metros de onde eu estava havia outra ilha, bem maior, com um vulcão em seu centro. “talvez haja alguém lá” pensei. Sem pensar mais, me joguei na água e tratei de nadar até a ilha, na esperança que houvesse civilização.


Dessa vez não me transformei em elfo. Eu estava fraco, Ainda com o corpo meio mole depois de tantos conflitos. Ainda sim nadei, e mesmo demorando muito mais, cheguei à praia da ilha maior. Minhas coisas estavam na maioria muito molhadas, alimentos, mantimentos, mas o tubo onde estava o mapa estava seco por dentro, salvando meu mapa. Dei uma olhada e vi que poderia, ou estar em uma ilha no reino dos tritões, ou na ilha desenhada entre os continentes de Amer e Seinbrat, uma tal “ilha de kain” que eu nunca havia ouvido falar.


Nesse momento, ouvi um som alto, como um rugido vindo das montanhas, do vulcão. Era um rugido, mas era estrondoso! Era como um trovão, um desmoronamento, uma explosão! Era enorme, me abaixei e guardei todas minhas coisas, tomando cuidado especial com o mapa. Andei me escondendo, mas não conseguia ver nada. Resolvi subir em uma árvore, não muito alta para não chamar a atenção de nada, não sabia que perigos havia naquela ilha. Ao subir, o vulcão expelia fumaça, fumaça negra. Brevemente pensei que pudesse ser uma erupção, mas.. entre a fumaça.. aquilo se abrindo.. aquilo.. eram asas, vermelhas. Era um dragão acordando.






Próximo capítulo: Hálito de dragão

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